No existe uma descrio para essa imagem ou galleria
A Taa Brasil de 1966 abriu portas ao Cruzeiro tanto no cenrio nacional quanto no mundial. Afinal, ganhar do Santos de Pel, que j havia conquistado o planeta duas vezes, no era para qualquer um. A Raposa surpreendeu e, com um time jovem e talentoso, conquistou o ttulo que mudou a histria do clube. ados 50 anos, aquele trofu lembrado com orgulho pelos cerca de oito milhes de torcedores espalhados pelo Brasil. Mas nem sempre foi assim.
Na dcada de 60, o Cruzeiro tinha a segunda maior torcida de Belo Horizonte. Uma pesquisa feita pelo Estado de Minas em 1965 apontou que os atleticanos eram mais que o dobro de cruzeirenses em Minas Gerais. Como na poca no havia pesquisas com metodologia cientfica de amostragem, o EM espalhou urnas por vrios pontos de Belo Horizonte e em algumas cidades do interior.
O Atltico registrou 344.374 votos (54,1%), enquanto o Cruzeiro obteve 169.897 (26,7%). O Amrica, time de grande torcida na primeira metade do sculo, j estava em decadncia: registrou 44.673 votos. Outros clubes mineiros que receberam votos foram Siderrgica, Villa Nova, Democrata-SL, Guarani, Uberlndia e Renascena.
O tempo foi ando, e o Cruzeiro crescendo com ele. Em 1966, o pice. A conquista que mudaria o rumo celeste. “Esse ttulo foi o alicerce que ns fizemos para o Cruzeiro poder seguir o seu caminho. Sem aquilo ali, o Cruzeiro poderia ter demorado um pouco mais para chegar onde chegou”, comentou o ex-goleiro e dolo do clube, Raul Plassmann.
A partir daquele ano, o Cruzeiro se tornou conhecido e se mostrou para o mundo. Apaixonados pelo esporte se renderam ao futebol apresentado por Tosto, Dirceu Lopes, Piazza e companhia. Aquele time no conquistou s um ttulo, mas tambm milhares de torcedores.
O detalhe que Cruzeiro, naquele tempo, preocupava-se em fazer aumentar sua torcida. Segundo os campees da Taa Brasil de 1966, estratgias adotadas pelo clube ajudaram nesse crescimento do nmero de aficionados. Felcio Brandi, presidente da Raposa entre 1961 e 1982, levava os jogadores at escolas carentes da capital mineira para fazer doaes de material, camisas e alimentos.
Veja os depoimentos dos campees de 1966:
"Time do Povo" 2qg22
"O presidente Felcio Brandi e a relaes pblicas do clube, Ins Helena de Abreu, bolaram um coisa que eu nunca tinha visto. Todas as teras, aps o treino, os jogadores do Cruzeiro iam em carros, s vezes em txis, de dois em dois, levando material escolar para as escolas de Belo Horizonte e nas periferias tambm. Todas as escolas. Ns ficvamos a tarde inteira fazendo isso. Levvamos lpis, borracha, caderno, rgua, tabuada, uma pastinha com o escudo do Cruzeiro e uma camisa do clube. Alm disso tudo, dvamos tambm cinco pacotes de macarro. E hoje isso, essa China Azul que voc v hoje, o time do povo”, disse o ex-zagueiro Procpio Cardoso.
"Maior torcida de Minas Gerais" 6o85k
“Ns dvamos rguas, lpis, cadernos. Acabava o treino, a relaes pblicas do Cruzeiro entregava uma caixa para ns e amos em escolas no Horto, na Floresta, em Contagem, em Betim, e distribuamos para as crianas. Por isso que surgiu essa srie de torcedores que hoje a maior torcida de Minas Gerais”, relatou o ex-atacante Natal.
"Maior torcida do estado" 6938o
“O Cruzeiro tem a maior torcida do estado, sem dvida alguma, por causa daquele Cruzeiro. Aquele time o responsvel por toda essa sequncia, que foi importantssima”, afirmou o ex-goleiro Raul Plassmann.
"Uma parte dessa torcida fomos ns que conquistamos" 4u33m
“Minha maior alegria ir ao Mineiro cheio com a torcida do Cruzeiro. Porque, quando eu cheguei aqui, a torcida do Cruzeiro ocupava s um lado pequeno. E, jogando contra o nosso maior rival, que o Atltico. O Atltico tomava conta de quase tudo. Ento, foi um trabalho bem feito pelo presidente, pela Ins Helena, que era nossa relaes pblicas, e pelo time. Cada vez que voc ganhava, voc conquistava alguns torcedores. Uma parte dessa torcida fomos ns que conquistamos”, comentou o ex-atacante Evaldo.
Campees da Taa Brasil de 1966 voltam ao Mineiro 4d6c31