Taa Brasil 1966
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CRUZEIRO 6yl5h

Nada de terceiro jogo! 'Bronca' fez Cruzeiro reagir para conquista da Taa Brasil de 66 6u6p60

Time celeste derrotou o Santos por 3 a 2, no duelo de volta, e foi campeo 1x5i1q

postado em 07/12/2016 17:30 / atualizado em 16/12/2020 23:11

(Foto: O Cruzeiro)
No dia 7 de dezembro de 1966, o Cruzeiro calava um lotado Estdio do Pacaembu, em So Paulo, e conquistava a Taa Brasil, seu primeiro ttulo nacional. Contudo, o trofu que fez a equipe celeste ser reconhecida nacionalmente e entrar de vez no rol de grandes clubes do pas por pouco no esteve em outras mos. H exatos 50 anos, a Raposa precisou se desdobrar para vencer o Santos de virada, por 3 a 2, depois de comear perdendo por 2 a 0. Um eventual tropeo celeste daria sobrevida ao Peixe, de Pel, Pepe, Toninho Guerreiro, Edu e companhia, e foraria a realizao do terceiro confronto, que provavelmente seria no Maracan.

Essa foi a tnica da conversa entre Mendona Falco, presidente da Federao Paulista de Futebol, e Athi Jorge Coury, presidente do Santos, na porta do vestirio do Pacaembu. Ambos procuraram Felcio Brandi, mandatrio do Cruzeiro, no intervalo da segunda partida da final. Como o Santos havia marcado dois gols no primeiro tempo – Pel e Toninho Guerreiro –, os dirigentes paulistanos duvidaram da capacidade da Raposa, que j havia mostrado seu potencial uma semana antes, com a goleada por 6 a 2, no Mineiro. Brandi, ento, mostrou-se irritado. Reza a lenda que ele teria expulsado os cartolas aos “berros” do espao destinado aos atletas cruzeirenses. E o tcnico Ayrton Moreira, de olhos e ouvidos atentos, tratou de motivar seu elenco.

No segundo tempo, o Cruzeiro voltou com fora total. Tosto – que ainda perdeu um pnalti nessa partida –, Dirceu Lopes e Natal marcaram os gols da virada celeste. No houve a necessidade do terceiro jogo. Os mineiros se mostraram soberanos diante dos bicampees mundiais (1962/1963) e abriram porta para que clubes fora do eixo “Rio-So Paulo” ganhassem projeo no Brasil. Camisa 10 daquela gerao de jovens jogadores que encantou o pas, Dirceu Lopes lembra o episdio envolvendo Ayrton Moreira, que, segundo ele, deu foras a todos os cruzeirenses.

“No primeiro tempo, 2 a 0 para o Santos era um resultado normal. Ns mal conseguamos ar do meio-campo. O Santos estava atravessado pelo fato de ter perdido aqui de seis. Quando estvamos no vestirio, todo mundo de cabea baixa, chateado, preocupado, chega o presidente da Federao Paulista de Futebol, Mendona Falco, com o presidente do Santos, Athi Jorge Coury, procurando o presidente do Cruzeiro, Felcio Brandi, que estava no vestirio. O Felcio atendeu, ento eles disseram: ‘Ns viemos aqui para marcar o terceiro jogo para o Maracan’. E o nosso tcnico, Ayrton Moreira – que foi jogador de futebol –, ouviu toda aquela conversa, pegou esse gancho e mexeu com nosso brio: ‘Vocs podem vencer, vocs podem virar. Olha o que eles esto fazendo l. Vamos dar essa resposta a eles!’. Assim, ns criamos fora no segundo tempo e viramos a partida”, disse o ex-meio-campista, segundo maior artilheiro da histria do Cruzeiro, com 223 gols em 610 jogos (3 no ranking).

Meio sculo depois do histrico 7 de dezembro de 1966, os atletas daquela gerao continuam ocupando lugar de destaque nas estatsticas do clube. Tosto carrega o status de goleador mximo, com 242 gols. Z Carlos, com 633 jogos, Piazza, com 566, e Raul, com 549, so, respectivamente, segundo, quarto e quinto colocados na lista de partidas. Pedro Paulo, William, Procpio, Neco, Natal, Evaldo e Hilton Oliveira: todos eles fizeram pelo menos 200 apresentaes com a camisa celeste e tambm so responsveis por abrir caminho para uma trajetria posteriormente reforada pelas conquistas de duas Copas Libertadores, quatro Copas do Brasil e mais trs Campeonatos Brasileiros, alm, claro, do crescimento astronmico do nmero de torcedores cruzeirenses em todo o territrio nacional.

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