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CRUZEIRO

Captação de empréstimo milionário com fundo internacional reaquece debate político no Cruzeiro l6v5m

Diretoria quer ouvir conselho sobre operação que pode equacionar dívidas; oposição vê negócio de 'R$300 milhões' como 'loucura' 2o152f

Tiago Mattar Bruno Furtado
Wagner Pires de Sá apresentará proposta de empréstimo aos conselheiros na próxima segunda - Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
A convocação de uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo reaqueceu os bastidores da política no Cruzeiro. Depois de uma eleição acirrada no fim de 2017 e encontros acalorados para aprovação de balanço financeiro, em 2018, os conselheiros vão deliberar sobre a possibilidade de a atual gestão obter um empréstimo milionário junto a um fundo internacional para pagamento de ivos. A assembleia, marcada para a próxima segunda-feira, gerou polêmica por uma das pautas: a inclusão de patrimônios do clube como garantia da operação financeira.

No edital de convocação, solicitado pelo presidente Wagner Pires de Sá e assinado pelo presidente do Conselho, Zezé Perrella, um dos temas propostos para aprovação foi a realização de “operações financeiras e bancárias, com autorização para concessão de garantia real de patrimônio associativo para obtenção de empréstimos”. Imediatamente, alas da oposição se mostraram contrárias à ideia, temendo eventuais perdas de imóveis no futuro e até mesmo o agravamento da crise financeira. O estatuto do clube, inclusive, prevê travas para alienação de bens.

O Superesportes procurou o presidente Wagner Pires de Sá para esclarecer as estratégias da direção com essa proposta de empréstimo e suas reais consequências. Em nota (leia na íntegra no fim desta reportagem), o clube apontou ter mudado o objetivo inicial, previsto na convocação, de incluir bens imóveis como garantia da operação. “Não há obrigação de se conceder como garantias propriedades e imóveis do Cruzeiro. O próprio fundo deixou isso claro para nós, que eles não têm interesse em imóveis nossos.
Temos mostrado e provado isso aos conselheiros. Nossas garantias serão o que chamamos de recebíveis que o Clube possui. Não é nossa intenção envolver qualquer patrimônio como garantia”, diz trecho do posicionamento oficial.

Ainda segundo a direção do clube, a captação de recursos com o fundo internacional, que não teve o nome revelado, proporcionará redução de custos financeiros e prevê carência para início do pagamento do empréstimo. “Estamos procurando diversas alternativas há meses e enxergamos uma boa e rara oportunidade de captação junto a um fundo internacional, que pode nos proporcionar um novo planejamento com uma redução drástica na ordem de 60% dos custos financeiros atuais”, dia a nota.

“Nossa grande preocupação e objetivo é estancar estes custos financeiros. Nesse replanejamento, trabalharemos com uma taxa de juros 60% a 70% menor em relação ao que se é praticado no Brasil ao ano e teremos um bom período de carência, que vai nos proporcionar um fôlego maior para que possamos recolocar a saúde financeira do Cruzeiro nos eixos”, acrescenta o clube.

Procurado nos últimos dias, o presidente do Conselho Deliberativo, Zezé Perrella, não foi encontrado para falar sobre os temas que serão debatidos com os conselheiros na segunda-feira, a partir das 19h, na Sede Social do Parque Esportivo do Barro Preto, em Belo Horizonte.

Oposição vê pretensão de Wagner como ‘loucura’

Ex-presidente deu opinião sobre operação financeira - Foto: Beto Novaes/EM/D.A. PressEmbora tenha defendido a eleição de Pires de Sá durante toda campanha, o ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares teve divergências com o atual mandatário e rompeu com o antigo aliado semanas depois do pleito. Atualmente, ele é um dos principais oposicionistas e faz críticas à operação financeira defendida pela istração que ajudou a eleger.

Baseado na pauta original da reunião, enviada aos conselheiros, Gilvan tratou a operação como “loucura”. “Não existe esse negócio de respaldar dívida (com patrimônio). Estão aprontando uma loucura de pegar R$ 300 milhões para pagar dívida. Existe uma despesa mensal que é grande. Essa dÍvida só vai ser paga pelo próximo presidente, porque daqui a um ano e dez meses tem eleição do clube. E a lei não permite isso. Ele não pode tomar um dinheiro emprestado, sujeito a jogar o clube ao buraco. E se não for reeleito">Leo lamenta mortes no Rio e novo susto com barragens em Minas: 'Que a gente supere tudo isso'