Natal era o terror da torcida atleticana. Era conhecido como “Diabo Louro”. Foi quando o Galo contratou o lateral Cincunegui, que apesar de ser um jogador da direita, estrearia justamente no clssico para marcar Natal. E ele ganhou todas as jogadas at os 29min do segundo tempo. Foi quando Natal ou por ele pela primeira vez. Num encontro entre eles, em 2006 (foto acima), Natal perguntado sobre o que teria gritado para seu marcador. “Eu no sou doido. Ele me quebraria”. Mas Cincunegui logo desmente. “Gritou sim: ol...”
O tnel de Kalil
De tanto se queixar de que o Cruzeiro era sempre favorecido pelo bandeirinha, que ficava frente do seu tnel e banco de reservas, em 1984 o presidente do Atltico, Elias Kalil, mandou construir um tnel do lado da torcida atleticana, atrs do outro assistente, no Mineiro. Alardeou que o Cruzeiro no teria mais a vantagem de s ele poder gritar com o bandeira. No entanto, depois do primeiro clssico, o prprio dirigente desistiu da ideia, pois o sol era frontal e ningum aguentava. A ideia durou pouco.
Quem fala demais...
s vsperas da deciso do Campeonato Mineiro de 1977, o volante Toninho Cerezo deu uma declarao imprensa afirmando que enquanto ele, Reinaldo e Paulo Isidoro estivessem no Atltico, o Cruzeiro no seria campeo (anos depois, os trs jogariam pela Raposa). O Galo venceu a primeira partida da final por 1 a 0. Antes da segunda partida, a comisso tcnica da Raposa usou as palavras do capito atleticano para motivar os jogadores celestes. Resultado: o Cruzeiro venceu as duas partidas seguintes, por 3 a 2 e 3 a 1, e foi o campeo. Vinte e dois anos depois, Alvimar Perrella, irmo do ento presidente Zez Perrella, deu uma entrevista a um programa de televiso dizendo que um clube organizado como o Cruzeiro e com o pagamento em dia no perderia duas vezes seguidas para o Atltico. Os rivais disputavam uma vaga nas quartas de final do Brasileiro e o Galo havia vencido o primeiro jogo por 3 a 2. E venceu tambm o segundo, por 4 a 2.
Gols marcantes
No Campeonato Brasileiro de 1996, o Atltico tinha uma srie de seis jogos sem perder para o Cruzeiro. Os jogadores cruzeirenses se sentiam cobrados por isso. Pois o time celeste quebrou o tabu, ganhando por 2 a 1. O gol de Paulinho McLaren, que deu a vitria ao Cruzeiro, entrou para a histria pela comemorao do jogador, que imitou uma galinha depois. Em 2007, o Atltico goleou por 4 a 0, mas o quarto gol inesquecvel para a torcida alvinegra. Depois de sofrer o terceiro, o goleiro Fbio caminhou em direo ao seu gol, reclamando de seus companheiros. Enquanto isso, o Cruzeiro dava a sada, mas o atacante Arajo perdeu a bola e der Lopes lanou o centroavante Vanderlei, que driblou Luiso e empurrou a bola para as redes, enquanto Fbio ainda caminhava, de costas para o lance.
Por usar a camisa amarela e ter longos cabelos loiros, o goleiro Raul era a vtima preferida pelos torcedores atleticanos, que comeavam a gritar “Wanderla, Wanderla...” – era uma comparao com a cantora da Jovem Guarda –, desde que ele aparecia no tnel de o ao gramado e, principalmente, quando se dirigia ao gol do lado da torcida do Galo. Mas o goleiro jamais se importou. “Gostava daquilo, que mexessem comigo. Quando mais gritavam, mais eu pegava. E sei que a cada defesa, morriam de raiva.”
Time reserva
Em 6 de outubro de 1979, o Cruzeiro empatou com o Atltico em 1 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, no entanto, um episdio chama a ateno: na rodada anterior, trs dias antes, o Cruzeiro perdeu para o Gois, por 3 a 1, em Goinia, houve uma briga generalizada e 10 jogadores do time celeste foram expulsos. S o ponteiro Joozinho no levou o vermelho. E para o clssico, dos titulares, apenas dois jogadores poderiam jogar: Nelinho, que ficou de fora da partida em Gois, por estar sem contrato, e Joozinho.