Libertadores 1997
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Sabicho, pancadaria, guarda-chuva e migu: casos engraados do Cruzeiro em 1997 2k385m

Jogadores lembram de situaes engraadas na trajetria do ttulo continental 6f103y

(Foto: Jorge Gontijo/Estado de Minas )

Voc certamente tem um amigo que sabe tudo ou pelo menos acha que sabe tudo. Pois , no elenco do Cruzeiro em 1997, um jogador especificamente chamava a ateno dos demais por entender de futebol, de avio, de msica ou qualquer outro assunto. Por saber de todas as coisas, obviamente, era o centro das atenes, o alvo da zoeira da boleirada na Toca da Raposa I. Com ele presente, a resenha era melhor, nunca faltava uma risada. O 'Sabicho', apelido dado pelos bicampees da Libertadores, era o volante Donizete Oliveira.

Durante a produo das reportagens do especial 'Libertadores 1997', foram poucos os jogadores que no relataram uma histria do meio-campista. Na maioria delas, Donizete se destacava pelo carisma.

”Se voc falava de moto, ele logo chegava e falava que a melhor moto era essa ou aquela. Se voc falasse de caminho, ele dizia que tinha um na casa dele. Ele sabia de tudo, achava pelo menos (risos)”, lembra o zagueiro Clio Lcio.

Segundo os ex-companheiros, o Sabicho tambm gostava de dar porrada nos rivais em campo e, depois, tirar onda no vestirio. Em entrevista exclusiva ao Superesportes, na Toca da Raposa I, Nonato, Ricardinho e Clio Lcio contam uma boa histria dessa figuraa.



Cleison tambm lembra, no udio abaixo, a pancadaria depois da semifinal contra o Colo Colo, em Santiago, e a zoeira em cima de Donizete, atleta que mais apanhou dos chilenos. O Cruzeiro avanou final depois de derrota por 3 a 2 no tempo normal e vitria por 4 a 1 nas penalidades.

Gravata em Basay 4q6u

O volante Fabinho viu de perto a briga entre Donizete e o atacante Basay, do Colo Colo. Segundo ele, o Sabicho apanhou, mas no deixou barato. “Quando amos perto do vestirio deles (Colo Colo), desceram uns dez jogadores j dando chute e soco. Estvamos eu, o Donizete, o treinador de goleiro. Consegui ar, fiquei de costas para a parede. Fiquei brigando com um, d, no d, e dois pegaram o Donizete. Da ele pegou o Basay na gravata, chutaram ele no cho, mas ele no largou o Basay. Camos at num canteiro de plantas.

Briga de guarda-chuva 47k25

O atacante Elivlton viveu uma histria curiosa nessa partida contra o Colo Colo, em Santiago. Ele foi expulso por brigar com um torcedor.

“Ns ganhamos em BH de 1 a 0 e, no segundo jogo, fui cobrar escanteio e estvamos perdendo. A um torcedor jogou um guarda-chuva em mim. Nisso eu joguei de volta na torcida. S que eu no sabia que esse gesto meu causaria uma expulso. Como o Cruzeiro estava perdendo, a pensei: "Agora estou frito. Eu vou ser responsvel pela eliminao". Mas graas a Deus o Cleison marcou no final, e o Dida 'livrou minha cara' nos pnaltis (fez duas defesas e o Cruzeiro venceu por 4 a 1). Depois que classificamos, virei chacota, porque fui expulso por causa de um guarda-chuva. Um episdio que quase custou minha cabea (risos)".
(Foto: Reprodu

Troco em Basay 43512x

Ainda em 1997, Cruzeiro e Colo Colo voltaram a se enfrentar pela Supercopa, no segundo semestre. Segundo o volante Fabinho, no jogo do Mineiro, vencido por 2 a 0, os jogadores cruzeirenses combinaram um “rodzio” para no dar paz ao atacante Basay em campo.

”Eles deram azar. No sorteio da Supercopa, o Colo Colo caiu no grupo do Cruzeiro. No Mineiro, combinamos de pegar os caras. Nosso time fez rodzio para bater no Basay e no tomar carto. Como apanhou aquele cara. Era forte. Apanhou o jogo todo. Com poucos minutos abriu o superclio. Depois, jogou com faixa na cabea. Ele era homem pra caramba, ficou at o final. Chegou uma hora que ficamos com d e paramos de bater nele”.

Cleison, o mais temido 642q

O meia Palhinha deixou o Cruzeiro em 1997 e se transferiu para o Mallorca da Espanha. Na volta ao Brasil, atuou por Flamengo e Grmio. No Sul, descobriu que o lateral-esquerdo Roger, hoje treinador, tinha muito receio de enfrentar o Cruzeiro. Tudo por causa das pancadas distribudas por Cleison em campo.

"O Cleison que era o mais moleque ali do nosso grupo. Joguei com ele no Flamengo, no Grmio depois. Mas o caso que mais marcou foi das pancadas que ele dava no Roger contra o Grmio (fase de grupos e quartas de final). O Roger teve medo dele. Jogamos juntos com ele no Grmio e ele falava: ‘Achei que esse nego quisesse me matar’. Sou muito f do Cleison. O que eu posso falar que sinto muita falta daquele pessoal, porque quase no nos falamos hoje”, conta Palhinha.

Grupo unido 156054

O zagueiro Gelson revelou que o elenco de 1997 sempre se reunia em churrascos. “Tem uma coisa especfica que me marca bastante at hoje. Sempre que tnhamos uma folga na semana, a gente fazia um churrasco. E o mais interessante que mesmo no sendo obrigatrio comparecer, todos do elenco compareciam. Era um grupo que mesmo na folga fazia questo de estar junto. Conseguimos ter a unio daquele grupo tambm fora de campo, onde todo mundo fazia questo de estar junto. Isso marcante, porque difcil conseguir essa interao de mais de 30 pessoas em um momento de folga. A gente fazia esse lazer e conversava sobre nossos adversrios e nossa caminhada na Libertadores. Isso, sem dvida, mesmo que indiretamente, influenciou no ttulo. A gente se doava dentro de campo porque era amigo. Todo mundo queria se ajudar l dentro. Ns ramos profissionais, mas tnhamos amor ao futebol, prazer em estar ali com amigos para representar uma instituio como o Cruzeiro. Ns nos ajudvamos demais”.

'Migu' em prol dos reservas 25s3e

A unio do grupo fez jogadores arem dos limites em 1997. Em alguns jogos menos importantes daquela temporada, titulares teriam simulado contuses para que os reservas entrassem em campo e ganhassem o “bicho” (premiao) integral. As revelaes foram feitas por Gelson e Fabinho.

”Quando o jogo estava decidido, tipo 2 a 0, a gente tinha um acordo para fingir que estava contundido e sair, para o cara do banco entrar e ganhar o bicho 100%. O jogador do banco ganhava 50% do bicho. Se entrasse, ganhava 100%. Em alguns jogos, a gente simulava, para todo mundo ganhar o bicho igual. Falava que estava com cibra. O Zez Perrella, presidente da poca descobriu e deu um problema danado, mas ou. E ainda tinha o direito de arena. Quem pagava o direito de arena era o sindicato. A gente pegava o cheque no fim do ms. Era dinheiro que vinha da TV. Um bom dinheiro”, lembra Fabinho.

”Na poca, s ganhava o "bicho" total aqueles que particiem dos jogos. Ento, a gente fazia um rodzio nos jogos que estavam mais tranquilos. "Oh, hoje o lateral e o atacante pedem para sair para o fulano e o beltrano ganharem 100% do bicho". No outro jogo, outros saam. Era mesmo um rodzio. Conseguamos istrar isso, at que perceberam que estvamos usando esse artifcio para ajudar todo mundo do time e estabeleceram uma premiao igual para todo mundo”, acrescentou Gelson.

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