Gustavo Nolasco
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DA ARQUIBANCADA 5d4818

Cruzeiro, gigante pela prpria natureza 3d2rk

No exigir uma relao de mo dupla (apoio daqui, futebol digno de l) seria coisa de atleticano. O apoio, ns garantimos. Agora, com os jogadores 5w2m1w

postado em 22/05/2019 08:00 / atualizado em 22/05/2019 00:26

<i>(Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro)</i>
Sbado, entrei no Maracan, a Toca da Raposa “De Praia”, com a sensao de banzo, proporcionada por um fim de semana chuvoso no Rio de Janeiro. Talvez por estar nublado e no ter dado sol para o mar de Copacabana, ou mesmo porque do outro lado no estava o nosso tradicional fregus rubro-negro de jogos decisivos, o resultado foi desastroso.

No para mim, bruto, cascudo, que aprendeu a ter um amor incondicional pela Academia Celeste exatamente na primeira metade da dcada de 1980. Quem a viveu, sabe bem o significado da expresso “amar para sempre”... Mas senti o placar contra o time do gnio da crnica esportiva, Nelson Rodrigues, como um desastre por um pequenino garoto cruzeirense, que na sua cadeira de rodas e na sua ldica alegria, olhava vidrado para tudo sua volta no pr-jogo.

Sentei-me ali, atrs dele, emocionado em dividir a arquibancada com esse guerreiro azul. No rosto do guardio que o acompanhava (no sei se pai, amigo ou irmo), estava estampado um contentamento inebriante. Parecia estar vivendo o sonho de ladear seu garotinho, frente a frente ao time do corao.

“Rafael! Rafael!”. Ns gritvamos para o goleiro antes do apito do rbitro. O pequenino nos olhava, sorrindo, sem conseguir dizer. Integrantes da Mfia Azul, comovidos, se aproximaram e o ajudaram a erguer os braos, com a dificuldade imposta por uma paralisia motora.

Aps o apito inicial do rbitro, infelizmente, comecei a assistir sequncia de gols tricolores. s nuvens modorrentas do sbado chuvoso foi se juntando outro tpico banzo: o provocado pelo Manobol num campeonato de pontos corridos.

O roteiro seguinte, todos sabemos: uma semana de descarrego, crtica e raiva. No cobrar seria atitude tpica de um processo de atleticanizao, o qual a torcida cruzeirense jamais viver, graas a Jesus Cristo, Roberto Batata, Al, Niginho Fantoni, Buda, Felcio Brandi e todos os orixs.

Se inquestionavelmente somos o Maior de Minas, isso se d exatamente porque no aceitamos como sina o sofrimento ou Cidinhos “Bola Nossa”. Somos Cruzeiro porque exigimos uma entrega dos jogadores digna da histria sem manchas de carter da instituio Cruzeiro Esporte Clube, o time do futebol arte e do povo.

Mas amor amor e o que ou, ou... A contagem regressiva para estar no Ginsio do Horto, domingo, contra a Chapecoense, se iniciou, cadenciada pelo meu corao azul acelerado.

Se depender do cruzeirense cascudo e rabugento aqui, no faltaro gritos de apoio. Junto deles, o sonho de ver o Manobol se desfazendo do seu desprezo pela categoria de base, dando chance aos garotos para ousarem. O desejo de assistir ao time jogando de forma aguda, implacvel, correndo at o fundo das redes aps o primeiro gol para pegar a bola, no se contentando com 1 a 0.

Espero ver uma equipe com vergonha das ltimas semanas, mas confiante por estar defendendo um manto sagrado e multicampeo. Um escrete jogando pelo pequenino gigante da cadeira de rodas. Ciente da dvida de amor no correspondido que tem com esse garoto desde o sbado, no Maracan.

Espero um Manobol disposto a nos retribuir a confiana que sempre tivemos por ele. Esse nosso apoio natural, pois no somos ovelhinhas caladas de sapatnis, ceivadas pela “aldeia”. No exigir uma relao de mo dupla (apoio daqui, futebol digno de l) seria coisa de atleticano.

Portanto, domingo como sempre o DNA celeste manda: cobrar sim, mas estar naturalmente com a instituio Cruzeiro, pois, se somos os nicos gigantes, por nossa prpria natureza.

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