Na semana ada, no ganhamos do Atltico de Lourdes. O Cruzeiro venceu foi a soberba. Por mais que isso restabelea os papis de cada um deles na histria do futebol mineiro, nem de longe ser o suficiente para classificarmos na Copa do Brasil ou sairmos da crise gerada por dcadas de absurdos internos. A batalha de hoje noite ser muito pior. Enfrentaremos um adversrio que no mede esforos - escusos ou no - para tentar nos destruir.
“Destruir”... Um verbo to mesquinho.
Mesmo com a derrota acachapante da ltima quinta-feira, o que se ouviu da Turma do Sapatnis foi: “perdemos pela segunda vez a chance de destru-los”. Ou seja, eles no esquecem da primeira, em 2011, quando a sede por “destruir o Cruzeiro” de Alexandre Kalil e sua declarao de que “era o jogo mais importante da histria do Atltico” nos levaram ao 6 a 1.
Essa frase diz muito sobre arrogncia e soberba. Resumir a histria de um clube ao desejo de destruir um adversrio assumir sua pequenez. Seria como colocar a camisa de um acusado de estupro na sala de trofus s porque ele marcou um gol contra o Cruzeiro. Ops! Seria, no.... Eles fizeram.
Por tudo isso, no se iluda. Hoje ser muito mais difcil.
O Cruzeiro incomoda demais os detentores de poder e dinheiro no futebol brasileiro. Todos eles, recalcados, torceram pelo clube da elite de Belo Horizonte na ltima semana. Assim faro novamente hoje porque, para eles, inissvel um clube dilapidado covardemente por seus prprios cartolas atrapalhando os planos de dar ttulos ao Flamengo, por exemplo.
Depois de eliminar a Crefisa da Copa do Brasil, ganhar o penta sobre a Rede Globo (e desclassific-la da Libertadores), calar a cidade cenogrfica do Maracan por dois anos seguidos e de quebra, ser hexacampeo dentro da Arena Odebrecht, voc acha que nos deixaro ar ilesos?
Some-se a isso o fato do Cruzeiro ser o nico fora do Eixo RJ-SP a vencer o Brasileiro de pontos corridos. D para imaginar quanto dinheiro os detentores dos direitos de transmisso e seus patrocinadores perderem com essas seguidas “insolncias” do Cabuloso?
Mas no se iluda! No s isso.
Dentro das quatro linhas, a guerra ser intensa. Os jogadores que estaro do outro lado merecem total respeito e ateno. Eles jogaro a vida profissional contra a Academia Celeste nesta noite. Duvidar disso e no se preparar para tal, suicdio.
Hoje precisa ser Manobol na veia!!! Marcar cada centmetro de grama; compactar; ganhar todas pelo alto; segurar o lateral no abafa dos 15 minutos iniciais; no desistir de nenhuma dividida; ser agudo na retomada de bola; certeiro nos contra-ataques e ter sangue glido para no cair nas provocaes.
Tratando-se do carter do Atltico de Lourdes sempre aquele ditado: um olho no jogo e outro no “vale tudo”. Ou seja, precisamos manter os jogadores deles longe de nossa rea, pois buscaro por todo instante uma trombadinha, uma presso canalha sobre o juiz e o VAR para salv-los de mais uma VARgonha.
Por tudo isso, no se iluda. Hoje ser uma guerra!
Iremos com as armas tpicas do Time do Povo. Nossas gargantas contra as caixas de som do Ginsio do Horto e uma camisa pesada a nos representar por 90 minutos, em busca de uma vaga que no est definida.
Se nossos cartolas e suas canalhices deram a chance fora do campo para os recalcados (com toda a razo) nos apontarem o dedo, cabe a ns pilharmos nosso escrete para novamente no permitir que nos destruam dentro das quatro linhas.
Somos ns filhos do imigrante italiano, do simples trabalhador vindo do interior para tentar a sorte na cidade grande, dos pais e mes da periferia ou mesmo os que tiveram a sorte de nascer ricos, mas escolheram o lado azul, ns todos transformamos esse clube no nico gigante fora do Eixo RJ-SP. Por isso, humildade para o jogo complicado de logo mais, pois no ser um simples 6 contra 1.
Na noite de hoje evoquemos a nossa histria de respeito ao prximo para superar o recalque alheio, e assim, nos classificarmos sobre o efmero.
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